quarta-feira, janeiro 26, 2005

Bright Eyes


Conor Oberst é um miúdo que aos 14 anos já tinha a sua propria banda (Commander Venus) onde escrevia e interpretava as suas musicas. Aos 18, sob o pseudónimo de Bright Eyes, lançou o primeiro de 3 albuns muito aclamados pela critica. Pelo meio fica ainda a colaboração em mais outro projecto também muito bem recebido, chamado Desaparecidos.
Agora aos 24 anos é já considerado um dos meninos-prodigios da musica moderna americana. Chegou então a altura de dar o grande salto com o lançamento de 2 albuns ao mesmo tempo, completamente diferentes . "Digital Ash in a Digital Urn" e "I'm Wide Awake, It's Morning". O primeiro é um album mais experimental, o típico album de grupo. Algumas canções soam ao trabalho mais antigo do cantor, para o qual ele contou com a colaboração de dois musicos de peso, Nick Zinner dos Yeah Yeah Yeahs e Jimmy Tamborello dos Postal Service.
"I´m Wide Awake, It´s Morning" é sem duvida o melhor dos dois. Se há quem faça traços de comparação com o grande Bob Dylan, esses traços estão bem presentes aqui neste album, talvez por ser um album folk e acustico e também pelas excelentes letras, escritas com grande mestria. Como cantora convidada Conor conta aqui com a colaboração de Emmylou Harris, uma velha glória do folk e do country que ele consegue usar como complemento perfeito para a sua voz em 3 temas do album.
Conor Oberst é por tudo isto um nome a fixar no futuro. Um grande escritor de canções e, sobretudo, um autor.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

...And You Will Know Us By The Trail Of Dead


Não consigo falar em ...And Will Know Us By The Trail Of Dead (vamos chama-los simplesmente de Trail Of Dead) sem primeiro referenciar o album anterior da banda: " Source, Tags and Codes". Na minha opinião, e na de muita gente, foi simplesmente um dos três grandes albuns dos ultimos (largos) anos. Os outros dois são "Songs From The Deaf" dos Queens of the Stone Age e "Relationship of Command" dos At The Drive-In, que agora não são para aqui chamados. "Source, Tags and Codes" foi um album explosivo, daqueles que só se conseguem fazer uma vez na vida, que simultaneamente marcou a estreia deles numa editora maior, a Interscope Records, já que os dois anteriores haviam sido sido lançados por uma menor. A mudança de uma editora pequena para uma editora grande tem sempre alguns riscos, mas que no fundo foram ultrapassados, e bem, com este album.A grande questão é sempre, como irá ser o album seguinte. É assim que este mes, passados 3 anos surge "Worlds Apart" que é como poderiamos dizer, o dia seguinte... Como é obvio não poderemos esperar tanto ou mais deste. Vamos ter que aperciar "Worlds Apart" de um outro ponto de vista. Apesar de o album estar um pouco longe do outro, eles evoluiram. O conteudo está lá todo, as musicas continuam ora calmas, ora explodindo numa fúria avasaladora, o som continua intenso e exprimental, pelo que esperemos que ainda não seja desta vez que eles rompem pelo mainstream dentro. Aos poucos eles estão a tornar-se nos Pink Floyd do século XXI, e quem duvida basta ouvir musicas como "Caterwual" ou "All White". Do album anterior restam alguns bocados em temas como "Worlds Apart"(o tema-título) ou "Summer of 91´", mas a grande surpresa do album está guardada para a segunda faixa, "Will You Smile Again".Outra das coisas que tanto me faz gostar de Trail of Dead, é que eles são muito diferentes de qualquer banda da moda. Fazem um som unico que esperemos que dure por muitos anos. Enfim, uma banda que parece implorar para ser descoberta. Descubram-na.

domingo, janeiro 16, 2005

Bloc Party

O ano de 2004 foi sem duvida nenhuma um dos melhores para a musica britanica. Primeiro foi o sucesso dos Franz Ferdinand que foi do conhecimento geral. Depois foram uma série de outras bandas também elas com exelentes albuns de estreia que fizeram história: The Futureheads, Kasabian, Razorlight, The Zutons, Dogs Die In Hot Cars...Isto para não falar em albuns novos de Libertines, the Streets, Snow Patrol, Morrissey.
O ano de 2005 vai começar da melhor maneira. Já no começo do ano iremos ter o proximo capítulo desta saga britanica. Bloc Party são talvez a estreia mais esperada, e até sou capaz de arriscar que vai ser um dos melhores primeiros albuns dos ultimos anos. Enquanto os Franz Ferdinand caíram de repente do nada, os Bloc Party tiveram um 2004 muito activo com um EP , "Bloc Party EP", e diversos singles com os quais conseguiram conquistar até os Estados Unidos, coisa que muito poucas bandas conseguiram. "She´s Hearing Voices", " Banquet", "Little Thoughts/Tulips", "Helicopter" renderam já quatro singles para um album que ainda nem sequer saíu. O natural destaque vai para "Banquet" que se tornou já na musica mais marcante deles.
As origens desta banda remontam, tal como as outras que falei atrás, aos saudosos anos 80 e fins de anos 70, mais propriamente a Joy Division, Gang Of Four, The Cure mas também a Sonic Youth ou Blur já dos anos 90. No entanto nota-se um pouco mais de cuidado no arranjo das letras, talvez reflexo dos tempos que passamos.
Com todas estas coisas a acontecer, não deve tardar muito para começarem a dar um nome a tudo isto que está a surgir de Inglaterra, há quem lhe chame já de Art-Punk, mas uma coisa é certa, estão a dar optima resposta a tudo o que tem aparecido dos Estados Unidos.
"Silent Alarm" é o nome do album que irá estar diponivel a partir de 14 de Fevreiro, e promete ser um dos melhores do ano. Não percam.